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- Eu não sabia o que estava sentindo na hora, porque tudo começou com aquela troca de tweets idiotas. Tá certo que eu não deveria ter falado do Sawa e do medo que ele tinha de ser trocado, mas ele também não tinha o direito de insinuar que o Kenny ia me trair, ou qualquer coisa do tipo. Há alguns dias eu tinha surtado e me perdido no meio de uma floresta por conta disso, eu não precisava ficar relembrando, principalmente com aquela voz estranha que sussurrava na minha cabeça. Ele era meu melhor amigo? Sim. Mas eu ainda queria enfiar a mão na cara dele sem qualquer tipo de remorso. Era certo? Claro que não, mas quem liga? Eu só queria fazer.
- As batidas na porta não foram nada amigáveis e eu não estava com paciência alguma para esperar qualquer tipo de cordialidade, até porque havia ido ali para colocar enfiar meu punho na cara do Sawa. E assim eu fiz.
- Minha mão acertou em cheio o maxilar dele, funcionou como um cumprimento ao meu ver. O problema é que eu tinha esquecido que o desgraçado era filho de Ares e eu um burro e ingênuo filho de Apolo. Logo, o contragolpe fora mais do que certeiro do mesmo lugar onde eu havia o acertado. A dor me deixou atordoado, mas, por incrível que pareça, eu não senti vontade de parar e sim de continuar. E novamente aquela voz ecoava na minha cabeça, me dizendo que eu podia dar conta, que ele merecia apanhar. O que eu não tava me dando conta era que, quem tava apanhando, era eu.
- Por um momento eu conseguir segurar o pescoço dele contra o meu antebraço, como ele próprio havia me ensinado em algum dos treinos, e eu estava pronto para apertar o suficiente e o fazer desmaiar, mas, ao mesmo tempo, eu não queria fazer aquilo. Foi nesse impasse que levei a cotovelada mais dolorida da minha vida na barriga, o que claramente fez com que eu o soltasse. Eu achei que ele ia me acertar de novo, então o soquei em seu estômago pra tentar o deixar longe de mim. Ai... eu realmente sou um grande bobão.
- Então ele me acertou no nariz. MEU FUCKING NARIZ. Eu nunca tinha quebrado um osso na vida e eu não sabia que essa merda doía tanto. Quase me engasguei no meu próprio sangue e a adrenalina que corria em meu corpo ainda fazia a dor se dissipar minimamente, mas eu ainda sentia meu rosto doendo, como se um buraco enorme tivesse sido aberto no meio dele. Levei a mão até o rosto e senti o sangue escorrendo e respingando no chão, nem com a minha mão dava pra estancar. Por um momento, ao ver aquele tanto de sangue no chão, eu só pensei que Aspen me mataria com requintes de crueldade. Se eu tava com medo do Sawa? Nah.
- Foi aí que Kasper entrou no quarto e fez aquela coisa de aparecer fantasmas. Eu já tinha parado de brigar, porque, se com um nariz quebrado eu não parasse, eu realmente teria merecido apanhar até desmaiar. Ele nos separou por fim e, num lapso de juízo, que eu raramente tenho, me senti mal com o que estava acontecendo. E não era só por causa da fratura no meio da cara, mas porque eu não deveria ter dito o que disse e muito menos ter quebrado a confiança com Sawa.
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